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Maureen Bisilliat, fotógrafa reconhecidíssima no Brasil e no exterior, pesquisadora das raízes literárias, antropológicas, étnicas de nosso país, adotou o Brasil (nasceu na Inglaterra) na década de 50. Hoje, aos 88 anos, continua vigorosa e atuante. Maureen aceitou convite do CSD para conversar com alunos de 5º, 6ºs e 7º anos acerca de sua vida, seu trabalho e perspectivas para a arte e a sociedade atualmente. O grupo de alunos estuda temas da filosofia e da arte conectados.

A fotógrafa, ela mesma, faz-se presente envolta em uma aura que revela sensibilidade e sabedoria sedimentadas pelos anos de vida e experiência com a arte. Generosa, colocou acento na riqueza das perguntas dos alunos. Várias vezes surpreendeu-se com a pertinência e profundidade das perguntas que lhes fizeram. “Depois desses tantos anos circulando pelo país, você acha que a arte brasileira amadureceu o Brasil ou o contrário?”, lançava um deles. Outro propunha a ela refletir quão estrangeira ainda se sente, já que havia afirmado que o lugar de nascimento não lhe dizia muito e que circulou por muitos territórios. Depois dela contar que dedica-se atualmente a organizar seu acervo de negativos, provas, fotos, um dos alunos lança: “você acha mais importante a memória ou a imaginação criativa?”

A todas as questões propostas Maureen reagiu com a mais sincera reflexão: não havia respostas prontas. Todas foram esculpidas em sua mente ali mesmo conforme o material que lhe era oferecido pelos estudantes de idade média de doze anos. Essa interação geracional respeitosa e densa não é comum mais em nossa vida social.

Nossa determinação de educar pela experiência, de proporcionar encontros de enlace de alteridades, de colocar nossos alunos em contato com a estética da operação artística, mas também da estetização da existência mostra-se potente.